quarta-feira, abril 02, 2008

A verdadeira História da Padeira de Aljubarrota


Maria Rapaz


A famosa padeirinha de Aljubarrota não era da Estremadura, mas do Algarve, a Brites de Almeida, não era beirã, mas de Faro e não era padeirinha, não era, de todo, -inha, era uma –ista, sufixo não de comunista…
Se não, vejamos:
Consta que era alta, robusta, musculada, corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco (curvo), boca muito rasgada e cabelos crespos. Há quem diga até que teria 6 dedos. Ou seja, uma verdadeira camionista. Perante tal força feminina, os seus pais, pobres, gente humilde, donos de uma pequena taberna, julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora, ajudante nos trabalhos da casa, a lavar e encher pipas, a servir canecas de vinho aos clientes. Enganaram-se, coitados… Bastava um marafado chegar à porta da taberna a provocá-la com uma piada, para Brites de Almeida largar o trabalho que tinha em mãos e correr atrás do provocador.
E as bocas dos putos eram deste tipo: “Oh! Almeida, lambe-me aqui a peida!” e ela pimba, dava-lhes com um caneco nos cornos.
Ou então: “ Brites, apalpa-me os pevides!” e ela lá lhes apertava os tomates até eles ficarem da cor do vegetal.
Conta-se, assim, que preferia vagabundear, andar à pancada e resolver tudo com os punhos, em vez de ajudar os pais. E tantas são as pancadarias que rapidamente ganha a alcunha de Maria Rapaz.
Cerca de 1370, teria Brites de Almeida uns 20 anos, os pais morreram. Órfã e sem gostar de trabalhar na taberna que era dos pais, Brites de Almeida vende o negócio e mete-se ao caminho, qual Elisabete Jacinto, mas sem camião. Ao relento, convive com todo o tipo de gente, dorme e não dorme ao lado, em baixo, por cima, de vagabundos, soldados, pedintes… Aprende a usar o pau, não o dela que não o tinha, e a manejar uma espada com muita mestria (na altura só os homens nobres é que o faziam). Assim, rapidamente ganha fama de valentona. Então, para ganhar dinheiro, começou a usar os seus conhecimentos em feiras, onde fazia combates contra homens.
Foi quanto bastou para que um dia um soldado alentejano, trocista, a procurasse e lhe propusesse casamento. Brites de Almeida, que gostava muito da sua independência, respondeu:
- Vamos foder. Se aguentares 3 quecas seguidas caso contigo.
Brites despe-se, deixando o soldado, só com a visão, com o estômago às voltas; depois, obriga-o a despir-se e agarra-lhe o caralho mole, vai-se lá saber porque ainda não entesara, e isto assim até nem parece uma história minha, arranca-o à dentada e ainda lhe espeta um cajado pelo cu adentro.
Como resultado, o soldado morre. Porque quem matava um soldado era preso, Brites de Almeida resolve fugir de barco para Espanha. Mas o destino quis que um grupo de piratas mouros capturasse o barco e vendem-na como escrava a um grande senhor da Argélia, que já tinha em seu poder outros dois escravos portugueses.

Argélia: Ida e Volta


Durante um ano Brites de Almeida vai obedecendo às ordens do senhor. Faz parte do seu plano… Ao fim desse ano, ao anoitecer, Brites senta-se na cara do senhor, matando-o desse modo. Depressa, ela e os escravos correm para o porto de Argel, roubam um barco e fazem-se ao mar directos à terra lusitana. Por azar, surge um temporal, rasgam-se as velas do barco, parte-se o mastro e andam à deriva vários dias. Por sorte, chegam à Ericeira, em cima de destroços do barco, cortando as ondas, criando assim o mito de local tão famoso para surf.
Com medo que os guardas ainda a queiram prender por causa da morte do soldado, diz aos dois companheiros para seguirem sozinhos. Brites de Almeida corta os cabelos, enfaixa as mamas, põe um pau nas cuecas, disfarçando-se de homem, sem qualquer dificuldade, compra um burro e duas mulas e começa a transportar mercadorias de terra em terra, almocreve.

Aljubarrota


Era uma vida de trabalho duro. Um dia, Brites de Almeida passa por uma terra chamada Aljubarrota, entra numa taberna e ouve dizer que a padeira da terra está velha e cansada e que precisa encontrar urgentemente uma ajudante. Cansada da vida de almocreve, Brites de Almeida, já vestida de mulher, bate à porta da padeira para pedir o trabalho na padaria. Ao ver que era uma mulher forte, a padeira contrata-a e dois ou três anos depois, quando esta morre, Brites de Almeida recebe de herança a padaria, ficando dona do negócio.
Entretanto, quem governava Portugal eram os cabrões dos espanhóis e Brites de Almeida, como a maioria do povo português estava do lado de D. João I, Mestre de Avis, e queria que fossem os portugueses a governar Portugal, ignorantes da superioridade de ordenados e qualidade de vida que nuestros hermanos viriam a ter.
Fizeram-se vários campos de batalha entre portugueses e espanhóis e os portugueses foram ganhando. Mas a batalha mais decisiva aconteceu a 14 de Agosto de 1385, nos campos de Aljubarrota: 7 000 guerreiros portugueses contra 30 000 castelhanos. Estes sorriam do número reduzido de adversários e já cantavam vitória. Comandam as nossas tropas o Condestável D. Nuno Álvares Pereira e o Mestre de Avis, D. João I. Apesar da diferença de soldados, com a técnica do quadrado, os espanhóis são derrotados.
Brites de Almeida não resistiu e pegou numa espada e junta-se às tropas portuguesas e populares que perseguem os espanhóis em fuga, qual Lurdinhas contra 100 000 professores a descer a Avenida da Liberdade. Ao anoitecer, desgrenhada, esfarrapada, mas satisfeita e sem as mãos em gesto de rezar como a já citada, chega a casa. Estranha os grunhidos que saiem de dentro do forno. Abre a porta do forno e vê 7 soldados espanhóis num comboiozinho. Fica fodida com a paneleirice que se dava no seu forno, imagina que o pão sairia tipo éclair e, então, agarra na pá de ferro e começa a bater com força em todos eles. Aos gritinhos e nus, vão todos saindo, um a um. Dá uma pancada a cada um com a pá e todos eles tombam mortos e dizia: Em Portugal mandam os portugueses e para bichonas já basta os que iremos ter na Assembleia da República, agora não que é a Monarquia que governa.

Casamento

Claro que a sua história não acaba aqui. Parece que quando fez 40 anos se casou com um lavrador rico e cego que a admirava muito e consta que com ele ainda deu grandes quecas.
Beijos fortes

Visitantes on-line