sábado, março 22, 2008

ALICE NO PAÍS DAS PASCOAVILHAS


Alice é uma mulher, de 33 anos, divorciada. Trabalha muito para sustentar o filho e pagar a amortização ao banco, dívida que tinha sido contraída por duas pessoas. É quase sexta-feira santa, o filho já partiu de fim-de-semana com o pai e ela, finalmente, repousa o cansaço duma semana louca no sofá. Faz zapping durante um minuto, pára, cinco minutos, num canal de TV qualquer, tempo suficiente para adormecer quando, de repente, se vê numa festa-fantasia onde todos estão nus, mas com máscaras de coelhos. “É Páscoa!” – pensa, “esqueci-me que era Páscoa e não trouxe máscara… também não trouxe ovos… mas os coelhos não põem ovos… os ovos e os coelhos são símbolos de reprodução dos animais que comemos – aves e mamíferos. E peixe, também comemos peixe, porque é que não há chocolates em forma de carapaus? Um dos milagres de Jesus foi multiplicar os peixes, não foi os coelhos. E eu não estou nua, porquê? Também tenho que participar na festa da reprodução, Cristo morreu para nos salvar e a Humanidade só se salva se o Homem se reproduzir e eu estou vestida…”
Os homens e as mulheres da sala, nus e com cabeça de coelho, gritam: “Já estamos atrasados!”, baixam-se e entram, à vez, por uma porta baixa, como para uma toca. Alice segue-os e tem a sensação de descer, de pernas abertas, que nem uma criança, por um corrimão. A fricção da sua cona a escorregar proporciona-lhe tesão. Pára junto a um muro de vidro que permite ver um jardim magnífico, com uma piscina enorme a fumegar. “Quem me dera estar naquele jardim!”, pensou ela. Rodeia o muro transparente até que dá com a porta, uma porta fechada, com um moreno magnífico, nu e depilado onde era devido, que lhe diz: “ Se queres entrar, terás de beber, bebe-me!” Alice pensa: “Ena Pá…”, baixa-se e chupa-o. “Alice, Alice, chupa-m’a pice…”- dizia o homem. A vontade de entrar e a excitação, presa há muito tempo, faz com que chupe aquele homem como nunca o tinha feito; segura-lhe os testículos, também os lambe, passa a língua em movimentos lentos, em movimentos rápidos, por todo aquele material, que tinha, à vontade, o dobro do tamanho e da espessura do pau do seu ex-marido, que, coitada, até nisso era mísero.
Alice bebe-o e transforma-se numa mulher magnificamente atraente aos homens, os seus seios mais rijos, o seu rabo redondo e firme, ganhara uns centímetros de altura, a sua pele mais morena e rejuvenescida, as suas roupas tinham voado, assim como os seus pêlos, apresentando-se com uma depilação perfeita, até os da sua púbis estavam aparados num bigodinho sensual. Encaminhou-se para a piscina, todos os coelhos e coelhas tinham os olhos postos em si, até mesmos os daqueles ou daquelas que beijavam ou chupavam alguém. Todos tinham parado para ver a mulher bela que se aproximava e que não tinha máscara e, de repente, gritam: “Não tens cara de coelha, tens de comer, tens de ser comida!”
Alice ri-se e mergulha na piscina, como se entrasse num jogo de sorte. Quando sai à tona, fá-lo de olhos fechados e, desse modo, de braços para a frente, aproxima-se sem saber de quem. Começa a apalpar e apercebe-se que toca numa mulher. Não se incomoda com o que lhe tinha calhado, continua a apalpar. A mulher, que tinha em suas mãos, seguia os seus gestos. Assim, quando Alice lhe apalpa as mamas, a outra também lhe apalpa as suas e com a mesma intensidade com que ela o fazia. Alice, apercebendo-se da imitação dos gestos, decide que iria ter duma mulher tudo o que sempre esperara dum homem e beijam-se, apalpam-se rabos, saem da piscina e lambem-se. Alice sente a boca daquela mulher no seu sexo como sempre o desejara, o seu clítoris é devidamente chupado, dedos que entram em conas húmidas. Alice chora de prazer. O orgasmo surge simultâneo. Alice abre os olhos lacrimejados e ouve, ao seu lado, um homem, de cabeça de coelho com lagartas penduradas nas orelhas, e uma das lagartas pergunta-lhe: “Quem és tu?” “Eu já nem sei quem sou!”, responde ela “nem qual é o meu corpo.” “Ora”, replica, desta vez, o homem – “Acontece, mas se queres senti-lo bem, se queres conhecê-lo profundamente, tens de te masturbar perante nós.” Alice deita-se numa longue-chaise e todos fazem um círculo à sua volta. Alice chupa o dedo médio da sua mão direita com gulodice, chupa o indicador e molha, em movimentos circulares, os seus mamilos que enrijecem ainda mais. Aperta os seios duma forma erótica, levantando-os como se oferecesse os mamilos a todos os que a circundavam. Continua a acariciar-se, descendo as mãos até às virilhas e, encostando costas com costas de mãos, empurra lentamente as pernas nesse local como se de outras pernas se tratasse, expondo, perante todos, a sua bela cona e com a mão direita faz-lhe umas festas suaves, enquanto a esquerda apalpa os seus próprios seios. Lambe os dedos que mais próximos estavam da boca e com eles pressiona o clítoris, esfregando daquela forma que só quem se masturba sabe. Não o largando, molha os dedos da outra mão que logo se enterram na sua cona. O corpo arqueia, levantando-se o rabo. Alice descobre um corpo cheio de prazer, mas quer mais. “É o dia do meu não-aniversário” – diz – “venham dar-me os não-parabéns!” – e o Coelho das lagartas nas orelhas é o primeiro a ir lamber a sua cona quente, deixando-a com uma enorme vontade de prolongar um prazer até então não sentido. Não o faz durante muito tempo, pois passa a boca da cona para a mama direita. E uma coelha substitui-o, mas não sem antes colocar uma coroa pequena em cima dos poucos pêlos púbicos, dizendo: “És a nossa Rainha, a Rainha das Conas Húmidas!” e a cona de Alice responde: “Obrigada, és uma querida, assim que puder servir-te-ei um pouco de chá pelo meu bule vazio.” – e a coelha continua o trabalho já antes iniciado, continua a lamber aquela cona agradecida, até os lábios passarem para a mama esquerda, substituídos por uns dum homem que estava com um pau tal que faz Alice implorar a penetração. E vão para a relva, não para uma foda normal. Alice senta-se, sob a sombra dum grande cogumelo, naquele caralho espectacular e começa a cavalgar até que alguém a inclina sobre o homem que miava como um Gato. Alguém lubrifica, com um gel fresco, o seu ânus e fá-la sentir um dedo, dois dedos, outro caralho. Mãos e lábios acariciam-na e a beijam-na. Cristo morreu com 33 anos, Alice renasce com a mesma idade, descobre que orgasmos múltiplos não é mito, as rosas brancas do jardim tornam-se vermelhas. Tudo é sensualidade, tudo é sexo… até que, de repente, deixa de sentir mãos sobre o seu corpo, deixa de sentir línguas, lábios… o homem sobre o qual estava deitada transforma-se em algo que parece um cartão, já não sente caralho algum. Todos os presentes se transformam em cartas de jogar, ela vê o Rei de Copas, a Rainha de Espadas, o Valete de Paus, o Rei de Ouros… “Foda-se!” – pensa – “nunca me sai um Ás!” e acorda com o som dos anúncios, que, sabe-se lá porquê, apresentam-se sempre com decibéis acima de qualquer programa televisivo.
O bloguista que me deu a ideia de “Alice no País das Maravilhas” será devidamente premiado.


Vou de férias.



Bom resto de Páscoa.



Beijos achocolatados.

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