sexta-feira, outubro 05, 2007

CONCÍLIO DOS DEUSES – LUSÍADAS


Para compreenderem melhor este conto, devem recordar um episódio d’ Os Lusíadas, "O Concílio dos Deuses" – Canto I - e cá vai uma síntese:

Após as partes introdutórias e a rápida apresentação dos navegadores em pleno Oceano Índico, a caminho da Índia, narra-se o Consílio dos Deuses, no Olimpo.
Convocados por Júpiter, os deuses irão deliberar sobre o destino dos portugueses, os novos argonautas.
Baco é contrário aos portugueses, pois teme que eles superem os seus feitos, que a sua fama o leve ao esquecimento, no Oriente. Este Deus, além de ter sido quem ensinou a agricultura aos homens e ter sido o primeiro a plantar a vinha, logo ser conhecido pelo Deus do vinho, também foi ele que conquistou a índia, daí que Camões o apresente como opositor àqueles que tinham intenção de conquistar este País.
Vénus e Marte defendem os lusitanos.
Vénus, deusa do amor e da beleza, casa com Vulcano como um prémio oferecido pelo seu pai, Júpiter, visto este ter fabricado os raios de que necessitara, mas a fealdade deste Deus levou a Deusa a procurar a companhia de Marte, Anquises, Adónis. É favorável aos portugueses por vê-los tão semelhantes aos romanos, o seu povo, tanto ao nível das virtudes como ao nível da língua.
Marte, deus da guerra, era favorável ao povo lusitano por uma das razões anteriormente apontadas: era um apaixonado de Vénus.
Júpiter encerra o consílio, decidindo a favor dos navegadores. Júpiter, pai dos Deuses, decide-se por um destino benéfico ao nosso povo porque o considerava merecedor de tal empreendimento tendo em conta a dura viagem sofrida e a força revelada no seu Passado.

Esta acção mitológica, a disputa, essencialmente, entre Vénus e Baco, tem o propósito de elevar os navegadores à condição de semi-deuses. Numa clara alegoria, os portugueses, senhores do amor e da guerra, protegidos por Vénus e Marte, triunfam sobre os oceanos (Netuno) e sobre seus adversários no Oriente (Baco).

Cá vai a minha versão:

É quase no século XVI que se dá a grande corrida à Índia, os primeiros a chegar teriam como prémio um monte de especiarias para apimentar a comida, visto que os afrodisíacos estavam na moda. A população estava já, nessa altura, envelhecida e os Reis precisavam de sangue novo para lutar contra os mouros. Os espanhóis optam por ir por terra, mas morrem por cornadas de rinocerontes, animais a que se aproximavam julgando ser unicórnios e querendo tirar-lhes o corno (pêlo) pelos seus atributos afrodisíacos. Julgavam eles que assim não precisariam das pimentas e logo poderiam dormir a cesta mais cedo.
E estavam os tugas já a modos que escorbutados, pois os citrinos já tinham sido gastos no caldo, quando Júpiter pede a Mercúrio que envie um email a Marte, a Vénus e a Baco, a fim de decidirem o Fado destes nossos antepassados. Os Deuses voam até ao Olimpo já com a sua decisão tomada e, claro, Vénus, a única mulher convocada, já tinha feito o seu TPC e já sabia quem era o seu opositor. Assim, prevendo a situação futura, trajou-se à maneira, com a sua lingerie mais sexy e um vestido transparente, última moda entre o sexo feminino na Alexandria e, refodida (como diriam as gajas podres de boas) com Baco, antes de aterrar, tomou um KGB.
Não fugindo à tradição latina, os Deuses iniciaram o concílio com uma jantarada, à maneira dos seus opositores, os amigos de Asterix, bem regado com o vinho que Baco fazia jorrar do seu ceptro. Júpiter e Marte depressa apanharam uma tosga que os deixou a ressonar que nem os porcos, transformers da deusa Dido. Baco, habituado como estava ao álcool, ficou apenas alegre e entesoado, babando-se para cima de Vénus que, tendo já antecipado a cena, aproveitou-se logo da situação. Mas não resistiu a uma troçazita inicial e começou:
- Então, Bacorozinho, ouvi dizer que o vinho, de vez em quando, te dá para brincares com o raio do Vulcano.
- Eh! Lá! Tem calma, eu de gay não tenho nada e não uso esquentador, bibo no Porto, logo só uso cilindro, electricidade cara é para os mouros. Queres pôr-me à prova?
- Aqui ao pé do meu cota não, que o velho não gosta que a sua filhinha entre em orgias. Além disso, Marte, se me apanha com outro, provoca logo uma guerra que deixa a do Hitler uma coisa de putos.
- Quem é esse marmanjo?
- Logo vês, espera lá uns séculozitos – e dizendo isto, Vénus pega na mão de Baco e encaminha-o para o quarto dos fundos.
O deus do vinho, mal chega, abraça a deusa mais bela do universo e tenta beijá-la, porém a espertalhona esquiva-se e manda-o deitar-se, alegando que o iria surpreender como ele nunca sonhara. Baco não se fez rogado e mal caiu na cama, tratou de se despir. Vénus tinha em mente atá-lo, despertar os outros e ajudar os portugas, mas ao ver o seu membro erecto, decidiu atrasar o plano e aproveitar-se da situação. Estala os dedos e surgem, que nem personagens do filme “A Caminho das Estrelas”, as mulheres mais belas da ilha de Lesbos. Atónito, Baco nem se apercebe que ramos de videira crescem da cama e lhe prendem as mãos e os pés. Claro que qualquer deus conseguiria soltar-se duns ramitos, mas não este que tinha na pila tesa o ponto fraco que nem o calcanhar de Aquiles. As quatro Lésbicas colocaram-se de pé sobre a cama onde estava deitado e devagar retiraram os véus. Baixaram-se e, sobre o deus a quem o efeito do vinho, naquele momento, parecia ser alucinogénico, lamberam-se, sensualmente, da cabeça aos pés. Beijaram-se na boca junto à dele, beijaram também os peitos umas das outras, roçaram-se, chuparam clítoris, enfiaram línguas, suspiraram, gritaram orgasmos não contidos… enfim, mesmo sem lhe tocar, deixaram-no com uma tusa divina e quando os seus testículos quase rebentavam, eclipsaram-se, tal como tinham aparecido. É, então, nessa altura, que a deusa mais bela se despe, a videira o liberta e a sua ânsia de coito lhe faz perder a razão. Vénus aproxima-se e coloca a sua suave e delicada mão sobre o seu “gargalo” que de imediato jorra, deixando-o frustrado ao ponto de chorar, ficando desse modo fechado no quarto, perdendo assim o concílio onde os outros Deuses determinaram o destino dos portugueses que, capitaneados por Vasco da Gama, ganharam a taça das especiarias.

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