quarta-feira, novembro 28, 2007

COM OU SEM PÊLOS?

Tendo em conta que até os pêlos têm modas, ora as mulheres peludas é que eram bonitas e são, vejam só o telejornal de vez em quando, aqueles buços do Norte… os filmes pornográficos antigos… Agora ou elas aparecem rapadinhas ou com bigodinhos… tudo isto me fez reflectir e escrever este texto.

Partindo do princípio que a teoria evolucionista de Darwin está correcta, sempre me questionei porque é que o Homem continua a ter tantos pêlos no púbis. Percebo porque é que os dedos dos pés são mais pequenos, pois quase não precisamos deles, mas aquele monte de pêlos… Aliás, não compreendia. Ultimamente, tenho tirado por fotodepilação os pêlos das virilhas, e não só. Ainda não compreendi porque é que são tantas sessões que demoram cerca de 5 minutos cada e que só nas virilhas custa 100 Euros. Calculo que seja para pagar a máquina que me provoca umas dores qual choques eléctricos. Mas adiante. Para quem já experimentou rapar-se completamente e rapar o seu homem também completamente, já saberá qual a função dos pêlos nesse local. Haverá quem esteja a pensar que é óptimo assim porque não têm que cuspir pêlos e porque quando chegam à garganta é uma autêntica tortura, chegando mesmo a cortar a tusa. Pois, mas os dois sem pêlos e, obviamente, com ambos os sexos húmidos, seja por transpiração, seja por saliva, ah! Pois é, há que aproveitar que está sem pelinhos, e numa posição de missionário, já agora, para não fazer trabalhar muito a imaginação para quem ainda não passou pela experiência, a sensação é estranha, pois a pele de um cola-se à pele do outro e quando os corpos se desviam, faz uma espécie de ventosa que, ao desligar-se, emite um som, tipo shlok e as peles voltam a unir-se e separam-se, fazendo shlok, e ele penetra e despenetra e shlok, e de novo shlok, e outra vez shlok, até que shlok… shlok… shlok… shlok, shlok, shlok, shlok shlok shlok SHLOK SHLOKSHOLOKSHLOK…
Compreendem agora a função dos pêlos? Servem para fazer os corpos deslizarem mais suave e rapidamente, além de evitarem sons que podem perturbar a concentração, como aqueles vibradores a que se tiram as pilhas e até que se arranca o fio porque o barulho é deveras irritante.

Beijos nus

segunda-feira, novembro 12, 2007

CHATEAR O CAMÕES



Olhando para todas as expressões idiomáticas que me deixaram (nem fode nem sai de cima, Cão bandido, mato-te (não matando), diz o roto ao nu..., Põe-te n'álheta, Moço marafádo, Máqjête, Onde Judas perdeu as botas, Quanto mais choras menos mijas...) acabei por seleccionar a que me pareceu menos óbvia. Que acham?

Camões foi realmente um génio, alguém com um QI acima da média, um inspirado, uma excepção à Natureza, mas Luís Vaz de Camões, se tivesse vivido nos dias de hoje, ser-lhe-ia diagnosticada qualquer espécie de esquizofrenia ou uma dupla personalidade ou, quiçá, a doença Bipolar, que afectou escritores como Edgar Allan Poe, Lord Byron, Van Gogh e Virgínia Wolf e que está tão na moda. Se não vejamos: o nosso poeta tem uma veia poética extraordinária, aliada a um savoir faire e a uma cultura geral anormal para a época, mas ao mesmo tempo é um devasso, um aventureiro, um mulherengo que se mete com prostitutas ao ponto de contrair uma doença venérea. Acrescentemos os temas dos seus poemas; ele faz a nossa epopeia, mas também escreve poemas de Amor que são os que o melhor descrevem, que verso conhecem que ultrapasse o “Amor é fogo que arde sem se ver”? Os seus poemas revelam alegria, tristeza…
Já estão fartos, não é? Então e a explicação da frase? – pensam vocês.
É simples:
No século XVI, não havia televisão, cinema, discotecas… certo? Como se divertia a corte em noites em que não havia nem tourada nem autos de Gil Vicente? Em saraus! O que se fazia nos saraus, além de se conversar, beber, jogar, dançar…? Uma espécie de jogos florais, não com a importância que vieram a ter um, dois séculos mais tarde, como tão bem o demonstra o filme “C’est ridícule”, mas, mesmo assim, alguns jogos florais. Para quem não sabe o que é, aviso que não são jogos onde se fazem flores, tipo festas de Campo Maior, nem tão pouco botões de rosa, que nesse tempo não havia papel nem higiene, basta pensar que o bouquet das noivas surge para disfarçar o mau cheiro que as mulheres já tinham na Primavera, quando se casavam. Jogos florais são tipo cantar ao desafio, que nos dias de hoje se faz com o Hip Hop ou Rap, mas improvisando poemas. Ora, Camões, nem é preciso repetir, era exímio nessa produção e, não improvisando, porque ainda não estávamos na época do Barroco, declamava poesias da sua autoria como nenhum outro. Aliada a essa veia poético, Luís tinha glamour e batia o coro às mulheres como nenhum outro. É preciso ver que o tempo curto em que passa pela corte de D. João III foi antes de ter perdido o olho em Ceuta, aliás há teorias que o seu primeiro desterro se deveu, precisamente, ao facto de se ter envolvido com a Infanta D. Maria, filha de D. Manuel. Cá está, seria também jeitoso e bom na cama.
Então, quando parte desterrado, deixa na corte saudades femininas, jovens e coroas que suspiravam por ele, criticando os autores das declamações que continuavam tentando animar a nobreza frequentadora da corte. Elas, que nem a maluca do anúncio do Toyota Yaris, a que parte o aviãozinho, após a sua breve ovação, lá iam fazendo as suas críticas “construtivas”, tipo: “a rima do segundo quarteto está um pouco pobre”, “parece-me que falta no penúltimo verso uma sílaba para ser a la maniera”, “uma sextilha nunca deve ter um tema tão profundo como um soneto”… E os coitados, que passavam noites e noites à luz da vela, tentando compor o poema mais arrasador (toma lá uma rima), não estavam para meias medidas e jogavam-lhes à cara: “VAI CHATEAR O CAMÕES!”. Claro que o faziam cientes do seu não regresso. Quem sabe, até, se não terá sido pela sua invejazinha, pela sua certeza que nunca lhe chegariam aos calcanhares que Luís Vaz de Camões não terá, pobre, deambulado por Ceuta, Índia, Macau, Goa… Não voltou à corte, mas a força dos seus poemas deixou saudade e inveja suficiente para que durante muito tempo se criticassem escritores que arremetiam com o ““VAI CHATEAR O CAMÕES!” e da corte para o povo, a expressão foi-se divulgando, tendo, de início dois significados: chatear alguém importante, ou seja, quem a exteriorizava, de forma indirecta, auto-intitulava-se de alguém de mérito e, ao mesmo tempo, servia para mandar o outro, o que era chato, para nenhures, pois Camões era alguém ausente.
Continuem a questionar-me.
Beijos presentes.

sexta-feira, novembro 02, 2007

SANTO DE PAU CARUNCHOSO


(VAMOS LÁ VER QUAL A ORIGEM DE CERTAS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS)


Era uma vez um homem muito bom, que praticava constantemente o bem, ajudando sempre o próximo através de milagres bizarros. Era tão bom, tão bom que houve um Papa, 100 anos após a sua morte que o canonizou e, como o fez tantos anos após a sua morte, o seu nome tinha-se perdido na História e por isso ficou cognominado de “Pau Carunchoso”, de “Pau” porque houve um escultor que pegou num pedaço de madeira e o esculpiu, “Carunchoso” porque a madeira era velha e carunchosa, dirão vocês. Não, já imaginaram que essa seria uma resposta demasiado fácil para eu vir para aqui postar um texto sobre o assunto.
Os milagres deste santo prendiam-se com questões de reprodução. De início, havendo casais com dificuldades em reproduzir-se e tendo o santo conhecimento da questão, dirigia-se ao cônjuge masculino, pedia-lhe para que colocasse de fora aquilo que deveria reproduzir, mas em vão, rezava-lhe, atirava-lhe com água benta e, pelo menos 9 meses depois, o casal era agraciado com um rebento. Mais tarde, eram os homens que, quando achavam que as suas mulheres eram estéreis, sim porque os homens nunca põem em causa a sua “masculinidade”, se dirigiam ao santo a pedir a benzedura nas partes “fodendas”. Com este género de milagres, o homem foi sendo intitulado de Santo do Pau, mas, obviamente, e há sempre um mas… mulheres havia que, ou por não terem homem, viúvas muitas, ou por o seu homem ter partido para uma viagem à Índia ou para uma caprichosa batalha da Nobreza, sabendo-se lá se voltaria, iam ao encontro do Santo do Pau, não confundir com Pau de Santo, a fim de se tornarem também elas prenhas, prenhas, pois… a gente já sabe o que elas queriam! Evidentemente que a resposta do Santo era sempre negativa ou não fosse ele um santo, pois milagres daqueles só com um pau por perto e vai daí que tenham sido as mulheres a terem alcunhado o Santo de Pau Carunchoso.

Esta é uma expressão que eu costumo utilizar, muitas vezes, para “gozar” com aqueles que se armam em santinhos.
Agradecia que me escrevessem as expressões tipicamente portuguesas que costumam utilizar para que eu vos deixe aqui a sua origem.
Beijos sem caruncho

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