terça-feira, dezembro 04, 2007

CONTO ERÓTICO, MAS AO CONTRÁRIO

(De início, comecei por postar apenas contos eróticos, começando pela “Masturbação Feminina”… “Três Mulheres e um Homem”, “2 for 2”… com uns textos e umas divagações pelo meio, até que achei que deveria colocar mais qualquer coisa nos temas, daí os textos que invertem os contos populares, apimentando-os, como “As Sete Brancas de Neve”, “A Bruxa má e os Sete Matulões”…”O Gato Borralheiro”, etc, etc. Ou seja fartei-me de textos que tivessem como tema o sexo. E porquê? Porque acabam por ter um enredo repetitivo, têm sempre beijos, lambidelas, chupadelas, sexo oral, anal, vaginal, um casal, duas mulheres, um casal com mais uma pessoa, mais duas, mais três… Só que entretanto achei que estava a tirar o blog da sua personalidade, e por isso resolvi escrever um “Conto Erótico, mas ao Contrário” e na 3ª pessoa, coisa que nunca fiz até hoje, pois escrevo sempre como sendo uma das personagens do texto. Deixa lá ver o que isto vai dar.)

Cá vai o conto:

Lá para o romper do meio-dia, Sara acordou e apanhou um valente susto, aliás despertou dum sonho confuso com um ruído ao seu lado, com um valente ronco. Que susto!, tinha um homem grotesco de boca aberta, babando-se, a ressonar ao seu lado. Ficou imóvel, tentando compreender como tinha ido ali parar e imagens confusas voavam pela sua mente. Começou por lembrar-se que antes de adormecer, tinha tido um orgasmo pouco comum, pois tinha-lo tido enquanto aquela coisa ali ao lado prostrada a lambia de forma devoradora, após duas ou três estocadas que lhe tinham dado origem a uma ejaculação precoce. Animou-se com essa imagem, afinal, ele não tinha sido egoísta, pois tinha-a lambido após se ter esporrado, não a tendo deixado a sonhar que tinha sido melhor ter ido para casa sozinha e ter utilizado o seu vibrador negro de silicone com um comandozinho com um botão com três velocidades. As mentiras e as atrapalhações que tinha tido na sexy shop para o comprar (“é para uma despedida de solteira duma amiga que casa na próxima semana…”) enfim, as mentiras do costume. Depois, tentou lembrar-se do que se tinha passado até ele a ter penetrado e as imagens já se baralhavam mais, as peças do puzzle que tentava reconstruir na sua memória já custavam a encaixar. Lembrava-se de estar de 4 com ele a lambê-la por trás, de estar sentado na cara dele subindo e descendo o corpo de forma a enterrar uma língua, oh! Que língua! Lembrava-se agora que nunca tinha visto uma igual, parecia quase o caralho dum professor universitário que uma vez tinha conhecido, shiiiiii, que horror de noite! Mas a língua do roncador… uiiiii, era quase um monumento, e a pila? A pila? Ah! Sim!, tinha-a tido na mão, na cona quase não a tinha sentido devido à sua permanência tão curta, mas na mão… a sua mão não tinha fechado completamente… e na boca… Oh! Já se lembrava, mal tapava a glande, sim, tinha um bacamarte enorme! Mas e o que tinham feito mais? Ela tinha estado sentada em cima da sua cara… agarrada à cabeceira da cama, com a cara contra a parede, com a língua a penetrá-la… e depois? E depois? E depois, virou-se, foi isso mesmo; deitou-se sobre ele chupando e lambendo a torre Eiffel e ele a chupar-lhe o clítoris… e a enfiar-lhe os dedos na cona e também um dedo no cu… Ai! minha Santa Engrácia que esses pensamentos estavam a dar-lhe tusa, o melhor seria começar a pensar como é que ele tinha ido parar à casa dela.
Tinha ido sair com a Diana, jantaram juntas e partiram para a desgraça, primeiro no Bairro Alto, ah! quanto tempo não iam ao BA, depois foram para as Docas… mas então e a amiga onde estaria, como teria ido para casa? Elas tinham ido para a desgraça de táxi, para poderem beber à vontade. Beber à vontade? E foder? Também foi à vontade? Olhou para o lado e ufff! Estava um preservativo no chão, foda-se… por uma fracção de segundo tinha-se sentido a personagem principal do filme “Um Azar do Caraças”. Não resistiu, levantou-se com todo o cuidado e pé ante pé foi para a sala de telemóvel em punho. Deitou-se no sofá, cobriu-se com uma mantinha que aí o aquecimento ainda estava desligado e telefonou à Diana. O telefone tocou, tocou, tocou até que ouviu:
“Bom dia, Sara, como estás?”, numa voz bem alegre e bem disposta para um domingo após noite de copos e etc. “Estás bem, Diana, levaste tanto tempo para atender, ligo-te a esta hora e estás tão bem disposta, sem me mandar, se quer, para o caralho! Porra, o que é que se passa? Fomos invadidos por extra-terrestres e ainda ninguém me disse nada?” berrou a desesperada Sara.
“Nada disso, está visto que, mais uma vez, não te lembras do que fizeste”. Sara gritou de novo:
-“Então, conta-me, tira-me desta curiosidade, merda.” Com toda a calma, Diana começou por explicar:
-“Estavas a dançar tão sensualmente com o gajo que deves ter ainda na cama que não viste nada do que se passou. Dançaste quase toda a noite com esse monstrengo que tens aí, vi-te tão entusiasmada que, quando foste uma vez à casa de banho, pedi-lhe que te levasse a casa, ele estava sóbrio e por isso eu fiquei descansada…” Cortou-lhe logo a palavra Sara, que estava toda refodida como diria uma das gajas podres de boas:
-“Ficaste descansada? que merda é essa?” E se ele fosse um assassino? E tu, como foste para casa? Só me lembro de te ter visto horas ao balcão como uma gaja qualquer…” Diana acalmou-a:
-“Tem calma, porque esse gajo trabalha no meu escritório, é um crápula, mas não é assassino e sabe bem que se não se comportasse como um cavalheiro contigo, seria eu que o matava… e eu demorei a atender o telemóvel porque estou a tomar banho numa banheira de espuma, fazendo massagem…” cantarolou Diana que nem a Rita Lee, irritando ainda mais a Sara que quase tinha uma travadinha:
-“Diana, cala-te! numa banheira? Tu nem tens banheira…”
-“Pois não, mas tem a Margarida, que me trouxe para a casa dela e…” Agora é que Sara berrou a ponto de acordar o roncador:
-“Margarida? Só me falta dizeres que és fufa desde a infância e que nunca me tinhas dito nada e que só…” Mas não acabou o discurso porque ouviu as passadas pesadas do outro que perguntava: “Há algum problema?” Oh!, não! Sara via-o agora nu, à luz do dia e sóbria ou quase, o homem era peludo que nem um macaco, mais pequeno que ela com certeza e com uma barriga parecendo estar grávido de 5 meses. Sara vomita em cima do tapete, ouve-se a voz de Diana a sair do telemóvel, o estronço dá duas voltas sobre si sem saber o que fazer até que começa à procura duma casa de banho para fazer o mesmo, pois o cheiro tinha-o agoniado, não consegue chegar a tempo e vomita sobre uns sapatos que tinham ficado no corredor e foda-se! eram os seus, agora como é que se ia calçar para ir para casa?
Continua...

Beijos sóbrios

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