sábado, agosto 04, 2007

TARZAN QUASE METROSSEXUAL


Estava o bom do “Tarzan” passeando-se de liana em liana quando avista em terra um ser parecido com ele mas tapado e com umas proeminências semelhantes às das gorilas em estado de amamentação. Rapta esse ser bizarro que berra que nem uma catatua e voa com ela até ao cimo do tronco duma árvore onde lhe tapa a boca para não afugentar mais os seus amigos pássaros. Mais calma a criatura, permite-lhe então que respirasse melhor. Olham-se nos olhos, olha-o no peito desnudado de pêlos e não lhe olha para a tanga, porque “Tarzan” que se valha só conhece animais e com eles não poderia aprender a cobrir aquilo que na nossa sociedade não nos é permitido mostrar em público. Mas também não chega a olhar directamente para aquilo que estão a pensar porque o seu ângulo de visão permitiu-lhe não ousar a fazer o que a sua mãe lhe proibiria. De toda a forma foi esse facto que fez com que não voltasse a gritar por socorro, pois tinha perdido o medo, vai-se lá saber porquê. E eis que chega o diálogo que conhecemos desde as nossas tardes de sábado da nossa infância: O bicho homem bate no peito e dá um grunhido e a seguir bate no peito da mulher e é esta diz: Jane e repete: Jane, eu Jane, filha de inglês e de portuguesa, Graças às Tias, porque pelos inglesas não teria havido miscigenação. Aliás o meu nome próprio é Joaquina mas para que o papá o saiba pronunciar todos me chamam Jane. E tu, como te chamas mesmo? Desta vez é o homem que berra por não ter percebido nada e por se deparar com um ser que lhe fazia lembrar também um papagaio.
Ao perceber que ele não sabia falar, nomeou-o prontamente, apontando para si própria e dizendo “Jane” e apontando para ele, dizendo “Tarzan”, repetidamente até o homem macaco a imitar.
Não sabia falar, mas só por palavras, porque por gestos, fez com que Jane entendesse que queria que se despisse. Jane, como boa antropóloga que era e, por uma questão científica, assim o fez, de forma a conhecer melhor o novo espécime que tinha encontrado, quiçá o último dos Homo sapiens. Nus ambos, Tarzan começou num jogo de descubra as diferenças, apalpando; gestos esses repetidos por Jane que não só também imitava os uivos do primata como fingia que descobria o que já sabia, no entanto, na realidade, descobrindo que, para nosso antecessor, Tarzan tinha o corpo ideal de homem do Presente e, quem nos dera, do Futuro, porque, com tantas mudanças, consta que iremos perder o dedo mindinho do pé, menos uma unha a ser pintada…
Apalpões aqui, gritinhos dali, eis que reconhecem aquilo que é mesmo diferente e é nessas partes do corpo em que se concentram: ele afaga-lhe as mamas, ela o seu peito forte e liso; Tarzan estranha, de início, a falta do bocado de liana em Jane, mas acaba por descobrir que afinal poderia urinar, mas dum buraco mais largo, o coitado ainda não tinha percebido que havia para satisfazer essa necessidade fisiológica um outro orifício mais pequeno. Concentra-se na grutinha que tinha descoberto e, sem querer, enfia-lhe um dedinho que tira logo e o põe na boca provando um bom sabor que lhe era totalmente desconhecido, visto as gorilas não o deixarem imitar os pais dos seus gorilinhas.
No pensamento de Jane passa logo a ideia que tinha ali um Homem-menino ao qual poderia ensinar aquilo que aos outros pedia infrutiferamente, porque julgavam sempre tudo saber e porque, como diziam sempre, nunca nenhuma mulher se tinha queixado. Assim, com a sua sabedoria universitária mas não livresca, levou-lhe a mão ao clítoris e ensinou-o a fazer gestos suaves, pressões mais fortes… e massajou-lhe o pénis que há muito tentava imitar as lianas mas nascendo de baixo.
De repente, ouvem os gritos do pai de Jane que a procurava desesperado e Tarzan, que não conhecia a linguagem do ser humano mas que inteligência não lhe faltava, agarra a doce criatura que tinha acabado de descobrir e foge com ela num daqueles belos voos com que já sonhámos para a beira duma cascata que caía dum lugar bem alto, em belos jorros, num rio de águas límpidas. Jane, refeita do susto e vendo os seus pés em terra firme, voa para dentro de água num mergulho surpreendente e logo imitado pelo seu recente companheiro. Nadam, mergulham, chapinham, brincam até Jane achar que ele já se encontrava suficientemente limpo para, após tê-lo levado para terra, lhe dar a conhecer o que o fez dar o seu primeiro grito tão nosso conhecido: HaAa..AAAAAAaaaaah… um broche que tinha sido mesmo uma peça de joelharia, ou seja, de joelhos.

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